29 junho, 2010

Eleições 2010

Ano eleitoral é sempre uma grande correria no meio político, quatro anos se passaram depois da ultima eleição, é tempo de mostrar o que foi realizado pelos que pretendem se reeleger e tempo de demonstrar novas propostas para os que almejam um mandato.
Para os que realizaram um trabalho ativo é o momento de fazer um balanço, para os que nada realizaram é hora de maquiar ações e convencer o eleitor.
Para a grande maioria da população é difícil mesmo avaliar quem é quem, pois o trabalho do Deputado e Senador é mais burocrático e a interação com o eleitor por melhor que seja o parlamentar é difícil, a não ser em ano eleitoral, onde o candidato tira mais tempo para visitas e reuniões com a comunidade, fazendo um balanço do que foi feito e do que se tem que fazer nos próximos quatro anos.
Quando me questionam sobre como votar em candidato neste tipo de eleição eu sempre digo que se deve avaliar quem representa o candidato na cidade, já que é muito mais fácil ter contato com um representante do parlamentar na cidade do que diretamente com o político.
Mas se tem que tomar cuidado já que existe uma grande diferença entre representante e uma pessoa contratada para só buscar votos.
Vejo dois tipos de campanha, uma é o candidato procurar lideranças da cidade e por meio de propostas e de projetos pela região fechar uma parceria de trabalho, aí se faz campanha para o candidato com o acordo de que as propostas, promessas e as reivindicações da cidade e região serem cobradas por meio deste representante, resumindo, ao ganhar a eleição aquela pessoa, partido ou grupo político ficam responsáveis em levar ao parlamentar todas as demandas, por fim é quem iremos cobrar o que nos foi prometido.
Outra forma é o candidato contratar pessoas ou grupos simplesmente para angariar votos, aí somos somente números que após a eleição a é conta paga, a cidade é esquecida e as promessas guardadas para a próxima eleição.
Esta segunda forma para mim é abominável, pois voto não é mercadoria e não se deve vendê-lo ou negociá-lo por vantagens particulares.
Por isso acredito que mais que o candidato a ser votado, devemos avaliar e questionar quem nos pede o voto, este sim, será quem iremos cobrar pós eleição.
O voto para Deputados, senador, Governador e Presidente é tão importante quanto para vereador e prefeito, se não for mais.
Votar em um candidato só porque ele é da região ou da cidade, não ajuda em nada, pois depois de eleito, será tão difícil de encontrá-lo quanto o que de origem mora a trezentos, quatrocentos quilômetros de distancia, seu domicilio eleitoral nada tem a ver com o trabalho que irá desempenhar.
Quem tem um representante sério o representando na cidade ou na região tem muito mais facilidade para fazer um trabalho ativo pela comunidade e se for necessário para ser cobrado.

27 junho, 2010

Frase da Semana:

"Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor.
Chico Xavier

Nos Bastidores do Poder - Origem

Eu sempre gostei de política, e há anos que participo da vida política da cidade, e como a maioria “já pulei de galho em galho” com diz a velha expressão.

Atitude comum, mas também muito criticada, muitos vêem como se uma pessoa dormisse torcendo pelo Corinthians, e acordasse Palmeirense.

Claro que este exemplo que citei raramente acontece e por um simples motivo, torcer por um time de futebol é amor a uma camisa, é coração, é sentimento.

Na política não, é ideal, propostas, acreditar num grupo, numa linha de conduta e de ações.

Eu comecei a me interessar por política na escola, numa dessas eleições para grêmio estudantil, alguns colegas me chamaram para formarmos uma chapa, no inicio aceitei por aceitar, mas me empolguei durante a campanha, naquela eleição perdemos, mas a partir daí comecei a reparar mais do que se tratava o grêmio.

No ano seguinte procurei outras lideranças do colégio e formarmos uma chapa forte, tinha uma garota que era de família de esquerda (prefiro não citar o partido) e que só falava em política, ela se destacava, era muito comunicativa e falava muito bem, hoje não me lembro exatamente as idéias em si, mas lembro que eu acreditava realmente que fariam a diferença.

Então fiquei com a vice-presidência e ela a presidência, o que nos deu a vitoria,

Teoricamente éramos grupo muito bom representando nossos colegas, mas das idéias de nossas reuniões antes da eleição só vingou a festa da vitoria, e esta foi a minha primeira decepção política, com meus colegas de escola.

Tempo depois fui convidado a trabalhar na campanha de um candidato a Prefeito da cidade, serviço simples, entregar “santinho” na rua, e mesmo fazendo um trabalho tão simples me senti parte de uma idéia.

Quatro anos depois, pouco do que li nos “santinhos” que distribui havia se concretizado, estava aí a minha segunda decepção.

Pensei então em desistir, mas esta idéia não combinava muito comigo, então acabei indo trabalhar na linha de frente da campanha de um candidato a vereador, estava eu agora nos “bastidores do poder”, e ali assisti como realmente acontece muitas das coisas no mundo político, um grande choque, para um sonhador posso dizer que é um “banho de água fria”.

É como disse Rui Barbosa em um discurso no Senado “o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”, e foi o que me aconteceu, posso até dizer que chequei a sentir estas palavras como minhas e como na escola perante a realidade, me senti impotente e conivente com o que assistia.

Aí a pergunta, desistir? Com certeza não, a resposta dentro de mim foi mudar, e a cada experiência aprender mais a ver quem seria quem e a escolher melhor a cada caminho a seguir.

Foi o que fiz, e é o que faço, hoje acredito no caminho que venho seguindo, mas se eu disser que achei a perfeição, estou sendo no mínimo hipócrita, e que todos que hoje fazem parte de meu convívio político são pessoas integras e com boas intenções estarei no mínimo mentindo, mas então o que mudou?

Mudou é que aprendi que nada e lugar algum, onde muitas pessoas convivem ou trabalham é perfeito, e o que eu posso fazer, é lutar por um equilíbrio na balança entre o bem e o mal, entre o certo e errado, trabalhando para ser a cada dia mais pesado no prato onde se mede o bem, e assim fazendo minha parte na vida política da cidade, onde eu vivo e onde pretendo que meus descentes tenham uma vida melhor, com exemplos de pessoas melhores.

Freqüento até hoje o bairro onde um dia fui o vice presidente do grêmio estudantil, e por muitas vezes pensei que se há dezessete anos, eu e meus colegas tivéssemos plantado algo de bom, alem de uma simples festinha, talvez pudesse hoje aquela escola estar melhor.

Não deixo esta duvida entrar na minha vida hoje como homem, por isso não desisto.

Afinal, eu me arrependo mais das coisas que não fiz, das palavras que não falei do que das atitudes que acreditei e mesmo errado lutei para fazer, pois destas eu posso tirar pelo menos uma lição.

Marcio Barbosa Gonçalves